sexta-feira, 22 de abril de 2016

O MITO DA HIERARQUIA



Nos últimos dias O Atalaia se dedicou a advertir os pastores sobre alguns dos seus erros mais comuns: omissão, intemperança, leviandade no preparo dos candidatos ao batismo, falta de seriedade e postura despótica. Convictos de que este último ponto precisa ser aprofundado, hoje e amanhã o desenvolveremos melhor.

No livro Mitos da Educação Adventista (Engenheiro Coelho, São Paulo: UNASPRESS, 2010), George Knight abordou o "Princípio de Peter". Tal princípio surge do mito da hierarquia e da crença de que toda sociedade considera que a posição "mais elevada" na escala é "a melhor". Nesse sentido, um professor medíocre deve permanecer como está, uma vez que já alcançou seu grau de incompetência. Contudo, se for bom, deve ser promovido a diretor, e assim sucessivamente. A suma do processo é que muitos talentos acabam transferidos da sala de aula para outras áreas, onde geralmente são menos eficientes.

Knight lembra que a lógica acima existe em outras áreas, incluindo o pastorado. A pressão social criada pelo mito da hierarquia torna difícil retroceder (ou "rebaixar") um profissional para o posto onde de fato era bom, uma vez que voltar (ou "descer"), na nossa estrutura mitológica, "é visto como uma diminuição e um fracasso pessoal em vez de um possível ato de honestidade e coragem." Assim, em seu melhor estilo, o famoso professor de Andrews conclui: 

SE EU FOSSE O INIMIGO, iria querer colocar todos os BONS FUNCIONÁRIOS da igreja o mais distantes possível da esfera de ação - OS COLOCARIA ATRÁS DAS MESAS DOS ESCRITÓRIOS, cobertos de papéis e os encheria de compromissos. SE ISSO NÃO FOSSE SUFICIENTE, OS TRANSFERIRIA PARA POSIÇÕES CADA VEZ MAIS 'ELEVADAS' até que eles tivessem pouco contato direto com as pessoas que formam a igreja. (p. 89)

Portanto, pastores, cuidado com a picada da "mosca azul". O mito da hierarquia é real e faz muitas "vítimas". Como recorda o professor Knight, "Cristo nunca assumiu uma posição que os homens considerassem 'mais importante', mas seu trabalho foi da maior importância" (p. 90).

O Atalaia faz o alerta porque ama os pastores da sua Igreja.   

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