"SUCESSO" EVANGELÍSTICO É ÁLIBI PARA MÉTODOS CONDENADOS?

Como se não bastasse o absurdo do raciocínio de que, se um evangelismo leva pessoas ao batismo, então ele é correto e está acima de qualquer censura, existem textos inspirados que contrariam diretamente essa ideia. Espero que o Pr. Vinicius A. Miranda e seus adeptos, que têm alardeado os 25 batismos conquistados com métodos pra lá de reprováveis (ver aqui) aprendam essa lição. 

Em primeiro lugar, o raciocínio de que "vale tudo" para alcançar pessoas para Cristo é absurdo porque, se o sucesso evangelístico abonasse alguém do que quer que seja, a Igreja Católica deveria ser considerada a instituição mais correta que já existiu. Afinal, em todos os continentes, e ao longo de quase dois mil anos, seus sacerdotes e missionários resgataram centenas de milhões dos vícios, do crime e das mais profundas trevas do paganismo. Ocorre que seu cristianismo é deturpado - o vinho da Babilônia mistura a verdade com o erro. Assim, o papado é um poderoso instrumento de engano nas mãos do dragão e se enquadra na profecia como o chifre pequeno de Daniel 7 e a besta semelhante a leopardo que sobe do mar em Apocalipse 13. Portanto, lotar igrejas nunca significou estar no caminho correto.

Que fique claro: Deus não usa os métodos do diabo. Nossos métodos de evangelismo estão bem sistematizados em livros como Evangelismo e Serviço Cristão. Além disso, a ideia torta de que se um determinado tipo de evangelismo leva pessoas ao batismo, então Deus o aprova, é nociva também porque leva alguns a concluírem que quem não conquista candidatos ao batismo é um missionário fracassado. Ora, quem convence do pecado, do juízo e da justiça é o Espírito Santo (João 16: 8). Um pregador sincero e fiel à sua missão pode seguir estritamente as orientações de Deus e não obter qualquer sucesso em termos de batismo, até porque a verdade é impopular (ver Isaías 53:1). Ao longo da história, há exemplos de sobra de grandes atalaias que não colheram muitos frutos de sua pregação. Por fim, devemos nos concentrar no reavivamento e na reforma, pré-condições para recebermos a chuva serôdia e estaremos apto para o alto clamor.

Para não alongar esse post, deixarei o texto abaixo para a reflexão final daqueles que ainda consideram correto qualquer método evangelístico "contextualizado", desde que ele renda decisões ao batismo. Não se engane: a fixação por alvos de batismo é como colocar a carruagem à frente do cavalo, sendo perniciosa por vários motivos. O primeiro é porque alimenta a fábrica de "batismos lava rápido" que, inclusive, já levou pastores a preencherem fichas batismais fictícias para atingirem seus alvos (isso foi denunciado por um professor de Andrews, no artigo Knight's Law). Além disso, com o consequentemente rebaixamento dos padrões, "elementos insinceros", guiados pelo inimigo, são atraídos para as nossas fileiras. Leia a descrição do processo feita pela Mensageira do Senhor:

"O grande enganador [Satanás] tem muitos agentes prontos para apresentar toda e qualquer espécie de erro, a fim de enredar as almas: heresias preparadas para se adaptarem aos vários gostos e capacidades dos que ele deseja arruinar. É plano seu levar para a igreja elementos insinceros, não regenerados, que incentivarão a dúvida e a incredulidade, estorvando a todos os que desejem ver a obra de Deus progredir, e com ela queiram avançar. Muitos que não têm fé verdadeira em Deus ou em Sua Palavra, concordam com certos princípios da verdade e passam por cristãos; e assim estão aptos para introduzir seus erros como doutrinas das Escrituras." O Grande Conflito, p. 520. Destaques acrescentados.