domingo, 7 de agosto de 2016

DESCULPAS PARA O PECADO



O Atalaia gostaria de saber se os teólogos estão sujeitos à "cassação" de seus diplomas, da mesma forma como ocorre a médicos que exercem mal a sua profissão. Ao final deste artigo você entenderá nosso questionamento.

Questionado na seção Boa Pergunta da RA de abril deste ano se o cristão pode viver sem pecar, o doutor em Teologia e professor no UNASP-EC, Wilson Paroschi, inovou com a sua criatividade. Ele simplesmente criou uma distinção entre pecado voluntário e pecado involuntário! Assim, conclui o eminente teólogo, como existem "pecados involuntários" (ou "acidentais"), seguiremos pecando até o momento da glorificação. Até mesmo com relação aos pecados voluntários, afirma ele, não existe uma vitória rápida, fruto do milagre da transformação que Deus opera na vida do pecador arrependido: tal vitória seria fruto de "um processo", e "ninguém da noite para o dia se tornará forte o bastante para nunca mais escolher pecar",

Essa distinção falaciosa entre "pecados voluntários" e "pecados involuntários" é tremendamente perigosa, e a cada dia impregna mais os nossos púlpitos e publicações. Isso se relaciona diretamente ao pré-lapsarianismo, e por isso é importante que cada membro estude por si próprio e consolide a sua visão sobre a natureza de Cristo. Neste artigo, nos limitaremos a analisar os textos citados na resposta do Paroschi, a fim de perceber se eles sustentam ou não a ideia de "pecados involuntários".

Em primeiro lugar, estamos de acordo sobre a existência de uma natureza pecaminosa na humanidade. Após milênios de declínio físico, intelectual e moral, os seres humanos encontram-se numa condição miserável, destituídos da "glória de Deus" (Rm 3:23). Também é verdade que apenas por ocasião da Segunda Vinda de Cristo é que nos libertaremos dessa natureza, no momento em que nossos corpos corruptíveis se revestirão da "incorruptibilidade" (1 Cor 15:54). Até aí tudo bem, até porque ter uma natureza pecaminosa nada tem a ver com pecar, que sempre será fruto de uma escolha. Ciente da falta de base para justificar o seu criativo conceito de "pecados involuntários", o Dr. Wilson menciona Rm 7:14-25, no qual o apóstolo Paulo descreve a sua luta interna para obedecer à Lei de Deus. Ora, NÃO HÁ, ABSOLUTAMENTE, NENHUMA MENÇÃO NESSA PASSAGEM À EXISTÊNCIA DE PECADOS INVOLUNTÁRIOS. O que Paulo diz é que ele continua lutando contra a sua natureza carnal, o que é uma realidade para qualquer cristão, independentemente do seu nível de intimidade com Deus; no v. 25, o apóstolo deixa claro que "com o entendimento" serve à Lei de Deus.

A seguir, o atrapalhado teólogo diz que 1 João 1:6-9 aponta para a existência de pecados intencionais e involuntários. Vamos analisar essa passagem para tirarmos as nossas conclusões:

Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade.
Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado.
Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós.
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.

Notaram a distinção de pecados a qual ele se refere? O Atalaia não. O que João diz é que há dois tipos de cristãos: 1º) Aqueles que dizem estar em comunhão com Deus, mas andam nas trevas. Esses são mentirosos e estão em pecado; 2º) Aqueles que andam na luz e estão em comunhão com os irmãos. Esses estão purificados de "todo o pecado" pelo sangue de Jesus Cristo.

Enfim, a Bíblia não sustenta em parte alguma que nós, uma vez que conhecemos a Verdade, pecamos involuntariamente. Afinal, Cristo veio a este mundo justamente para provar que apesar da natureza pecaminosa, é possível, pela graça e poder de Deus, obter a vitória sobre o pecado

Para finalizar, O Atalaia deixa uma alerta. Essa falácia de que existem "pecados involuntários" cheira a justificativa para o pecado. Partindo de alguém que está formando pastores, torna-se mais grave ainda... Que fique claro que não há desculpa para o pecado, como afirmou a Mensageira do Senhor:

NÃO HÁ DESCULPA PARA O PECADO

A INFLUÊNCIA DO TENTADOR NÃO DEVE SER CONSIDERADA DESCULPA PARA QUALQUER MÁ AÇÃO. SATANÁS REJUBILA QUANDO OUVE OS PROFESSOS SEGUIDORES DE CRISTO APRESENTAREM DESCULPAS QUANTO À SUA DEFORMIDADE DE CARÁTER. SÃO ESSAS ESCUSAS QUE LEVAM AO PECADO. NÃO HÁ DESCULPAS PARA PECAR. UMA SANTA DISPOSIÇÃO, UMA VIDA CRISTÃ, SÃO ACESSÍVEIS A TODO FILHO DE DEUS, ARREPENDIDO E CRENTE.
Mensagens aos Jovens, p. 136 [O Desejado de Todas as Nações, p. 311]. Destaques nossos. 

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