Tenho me dedicado à área de música da IASD por cerca de 25 anos, não apenas onde resido atualmente, mas também em outros dois estados, onde residi anteriormente. E não apenas tocando, cantando, dirigindo quartetos, conjuntos e corais, mas também estudando sobre o assunto e compartilhando aquilo que tenho aprendido.
Durante estes anos, tenho mantido contato com centenas de pessoas de várias parte do Brasil e de alguns países estrangeiros, que me enviam testemunhos e compartilham experiências de como minhas pregações e escritos beneficiaram suas vidas, suas famílias e suas congregações. São mensagens que nos enchem de alegria e renovam as nossas forças. Porém, algumas mensagens nos causam tristeza e preocupação.
Nesta semana, tive contato com uma moça, batizada há pouco tempo, que compartilhou comigo algumas de suas inquietações. Reafirmou o seu compromisso com a Igreja Adventista, demonstrando plena convicção de ser esta a igreja remanescente. Suas convicções eram resultado de seu particular e diligente estudo da Bíblia e dos escritos de Ellen White. Porém, mesmo com tais convicções, confessou-me que não conseguia mais congregar e, portanto, decidira não ir mais à igreja, pelo menos por algum tempo. Tentei argumentar, dando razões para que ela mudasse de ideia, mostrando a importância de nos reunirmos como irmãos na igreja. Porém, esta foi sua resposta:
"Ir à igreja e escutar aquela música é o mesmo que um alcoólatra ter que assistir pessoas tomando cerveja em um bar. Me remete a lembranças que eu não deveria ter, me faz ter sonhos que eu não gostaria de ter, me lembra da época em que eu vivia no mundo. É muito difícil pra mim! Minhas feridas ainda estão abertas, não convém cutucá-las!"
Não consigo expressar o meu sentimento ao ler isso. O que responder a ela? Ainda que eu mantenha uma forte convicção de que afastar-se da congregação não é a decisão correta, fiquei sem palavras. Lembrei-me, então, da advertência de um autor cristão:
"Precisa ser abominada e rejeitada a música que traz à memória do ‘recém-nascido’ a sua velha vida de pecado.” Ernest Pickering. O Tipo de Música que Honra a Deus, p. 25.
E das palavras do Senhor, por meio de sua profetisa:
“A associação com as coisas do mundo no setor musical é considerado inofensivo por alguns observadores do sábado. ... É assim que Satanás procura desviar homens e mulheres, e dessa maneira tem ganho o controle de almas.” Ellen G. White. Mensagens Escolhidas vol. 3, p. 332.
“Deus requer hoje de Seu povo uma distinção tão grande do mundo, nos costumes, hábitos e princípios, como exigia de Israel antigamente. ... As advertências feitas aos hebreus contra o identificarem-se com os gentios, não eram mais diretas ou explícitas do que as que vedam aos cristãos adaptar-se ao espírito e costumes dos ímpios.” Ellen G. White. Patriarcas e Profetas, p. 257, 335.
“Os mensageiros de Deus não devem seguir, em seus esforços para atrair o povo, os métodos do mundo.” Ellen G. White. Obreiros Evangélicos, p. 357.
E das palavras do Senhor por meio de Seus profetas:
“Porque sois povo santo ao Senhor, vosso Deus, e o Senhor vos escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe serdes Seu povo próprio.” Deuteronômio 14:2, ARA.
“Ser-me-eis santos, porque Eu, o Senhor, sou santo e separei-vos dos povos, para serdes meus.” Levíticos 20:26, ARA.
E das palavras do próprio Manual da IASD:
“A música secular ou de natureza duvidosa nunca dever ser introduzida em nossos cultos. ... Toda melodia que partilhe da natureza do jazz, rock ou formas híbridas relacionadas ... serão evitadas.” Edição 2015, p. 97 e 154.
E das palavras de outro autor cristão:
“Satanás é o pai do rock ... . É ele que está por trás de todo esse movimento, cujo maior veículo de propagação tem sido a música comprometida com o ocultismo. A obrigação da Igreja é a de se posicionar e combater o rock, e não permitir que ele prevaleça sobre ela. ... Jamais poderíamos ficar calados diante da propagação desse gênero de música criado sob inspiração de Satanás. ... Como [cristãos] que somos, na condição de salvos por Jesus Cristo e esclarecidos pela luz de Sua Palavra, nosso dever é denunciar as obras de Satanás e combatê-las, onde quer que elas se manifestem.” Jefferson Magno Costa. A Mensagem Oculta do Rock, p. 72.
Diante de abundante instrução, por que continuamos a produzir, promover e distribuir de maneira oficial música rock e correlatas? Temo que estejamos atraindo mundanos e afugentando sinceros; que estejamos atraindo aqueles que desejam mundanismo e afugentando aqueles que desejam transformação.
Texto postado no Facebook, por um palestrante adventista, e ligeiramente editado pel'O Atalaia.
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