O ex-pastor Ezequiel Gomes, que perdeu a credencial por participar de uma manifestação a favor do impeachment da então presidente Dilma Rousseff, procura justificar sua postura no vídeo abaixo:
O referido irmão, embora cite, de modo algum nos satisfaz ao tentar compatibilizar a sua postura com o texto abaixo:
O Desejado de Todas as Nações, p. 509. Destaques acrescentados.
Com todo o respeito, Ezequiel, seu raciocínio é fraco e falacioso. Se há política na IASD e em suas instituições (e todos sabemos que há), tais práticas devem ser prontamente denunciadas e combatidas. Simples assim. Um erro não justifica o outro. Não é por existir politicagem na Igreja que podemos nos sentir livres para militar na política mundana.
Além disso, é preciso deixar claro que há uma diferença enorme em não votar em um candidato que fira nossos princípios de saúde ou liberdade religiosa e participar de manifestações. Lembra-se, AQUELE QUE FOI O NOSSO EXEMPLO, CONSERVOU-SE AFASTADO DOS GOVERNOS TERRESTRES. NÃO ATACOU NENHUM ABUSO NACIONAL, NEM CONDENOU OS INIMIGOS DA NAÇÃO. Seu reino não é deste mundo (Jo 18:36). Portanto, devemos fazer a nossa parte para melhorar amenizar o sofrimento das pessoas, mas JAMAIS engrossar as fileiras dos que "buscam mudanças [políticas]" (Pv 24:21).
Devemos orar pelas autoridades, é verdade (I Tm 2:1-2). E, como lembrou o estimado Ezequiel no vídeo, há entre elas indivíduos que agem da parte de Deus. Isso não significa, contudo, que um adventista do sétimo dia deve buscar se candidatar. Afinal, “os mestres, na igreja ou na escola, que se distinguem por seu zelo na política, devem ser destituídos sem demora de seu trabalho e suas responsabilidades.” FEC, p. 477. Se não há nada de errado em me envolver na política, por que devo ser destituído de meus cargos na igreja? Só se destitui alguém quando há uma notória quebra de princípios. Uma candidatura a um cargo eletivo não representaria a quebra de tais princípios? Se não, por que a necessidade de destituição do cargo?
Como o "povo da Bíblia", só podemos nos apegar à Inspiração. A retórica humana, nesse sentido, nada vale. Assim, a partir de textos da Mensageira do Senhor, faremos uma série de perguntas e, caso todas possam ser respondidas positivamente, então não há problemas com relação à participação em manifestações ou qualquer outra militância ou atuação política.
Eis as perguntas:
“Não tomeis parte
em lutas políticas.” FEC, p. 483. É possível me candidatar sem tomar parte em
lutas políticas?
“Os filhos de Deus
têm de separar-se da política.” FEC, p. 483. É possível me manifestar ou me candidatar e, ao
mesmo tempo, me manter separado da política?
“É um engano de
vossa parte o ligar vossos interesses com qualquer partido político.” FEC, p.
478. É possível me candidatar sem ligar meus interesses a um partido político e
vice-versa?
“Deus não nos pede
que ampliemos nossa influência misturando-nos com a sociedade, ligando-nos com
os homens em questões políticas.” FEC, p. 479. É possível me manifestar ou me candidatar sem me
ligar em questões políticas?
“Não devem gastar
seu tempo a falar de política e agir em favor dela.” FEC, p. 483. É possível me manifestar ou me candidatar sem que tenha que falar e agir em favor da política?
“O Senhor refere-Se
aos que pretendem crer na verdade para este tempo, os quais não discernem,
porém, qualquer incoerência em tomarem parte na política.” FEC, p. 482. É
possível me manifestar ou me candidatar sem tomar parte na política?
“A verdadeira
influência cristã, exercida para a realização da obra designada por Deus, é um
precioso instrumento, e não se deve unir com política.” OE, p. 395. É possível
me manifestar ou me candidatar sem me unir com política?
“Mantende secreto o
vosso voto. Não acheis ser vosso dever insistir com todo o mundo para fazer
como fazeis.” ME, vol. 2, p. 337. É possível ir a uma manifestação ou me candidatar sem tornar público o meu posicionamento político ou voto e procurar influenciar os outros a votarem em outrem ou em mim?
Todas as perguntas
foram respondidas com um "sim"? Então não há problemas com relação a nos manifestarmos ou a nos candidatarmos, permanecendo como membros da Igreja.
Na verdade não deve ter sido somente isso, mas ele posa de vítima, dizendo que foi demitido somente por isso...
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ResponderExcluirTem toda a razão, Juliard. O mais novo aventureiro na podridão da política é o Renato Suhett. Está sabendo?
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEntre os manifestantes estavam varios outros pastores adventistas e departamentais. Pesos e medidas precisam ser justos.
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